A pósmodernidade a luz da filosofia

O homem carrega dentro de si o medo do desconhecido; Ele se aproxima ou se distancia do mundo e das coisas, apropria-se do real e tenta dominar o desconhecido.
A coisa e o mundo tornam-se imagens e conceitos, longe daquilo que o homem não desejava ver as suas obscuras existências que ameaçam o seu saber organizado. E na busca da cômoda ilusão de ver um mundo ordenado e deter o incômodo do desconhecido, o homem usa do poder da palavra, subtraindo do ser a sua existência, mergulhando-o no nada da linguagem, retendo enigmas inexplicáveis. A compreensão equivale a um assassinato da coisa, o conceito é a ausência do ser. Por mais que a fala se aproxime do objeto, há sempre um abismo entre o que se vê e o que se enuncia. O objeto é sempre diferente dos inventários das percepções possíveis, nada pode ser questionado. O medo nos esvazia, causa pânico. É preciso encontrar um lugar, um conceito, para se depositar o que não se entende. É impossível para o homem suportar a coisa sem nome.
O acesso mais fácil ao objeto ocorre a partir do que se pode falar sobre ele, condição imposta pelo desejo de conhecimento. Para isto é preciso nomear o desconhecido, submete-lo a lei da fala. O inexplicável é sempre um fantasma que angústia o homem.
Ao acumular um sistema de signos perversos, o olhar do artista vem reclamar a presença de um sujeito angustiado no conhecimento do mundo, um sujeito que desafia o desconhecido. A arte não pretende explicar o mundo, mas transformar sua imagem e aprofundar seu enigma. Ela tem como tema a essência da linguagem, uma linguagem inquietante e contraditória, cercada de incertezas, que são as próprias incertezas do homem diante de seu destino. Com a contemporaneidade, a arte mergulhou num túnel atrás do novo, de possibilidades desconhecidas de olhar.
O homem tenta esconder seu medo de não entender esse objeto silencioso, que projeta uma sombra desconhecida e provocadora. A materialidade da arte poderia ser um fato sem explicação, embora ela garanta sua existência independente de conceituações; o homem precisa explicá-la, nomear sua intimidade, para se sentir seguro do terror daquilo que não faz parte do seu modelo de conhecimento.
Muitos estudiosos abordam o tema com maestria, encontramos em Merleau-Ponty(1996) a síntese em sua obra Fenomenologia da percepção: “Não se fala para dizer alguma coisa, mas para dominar o mundo e as coisas, para evitar o fantasma que não se sabe de onde veio e para que serve. Ou para negar a natureza da obra de arte...Mas a fala não é suficiente para deter o complexo de "problemas" e "segredos" que envolvem uma obra de arte, nos fala de um olhar interior, um terceiro olho que vê a obra de arte, que vê o nada que ela acrescenta ao mundo para celebrar o enigma da visualidade”.
A diferença entre modernidade crítica que deseja e pede mudanças que como Fênix morre e ressurge das cinzas com outro aspecto, isto é modernidade como “tradição da ruptura” em contra posição a modernidade ligada à idéia romântica ao passado da tradição ligada a história e só a ela, unicamente.
A modernidade que quebra com a tradição introduz outro elemento ao seu contexto o observador que agora é co-autor dos vários momentos estéticos em que está inserido. Participante ativo por sua “auto consciência de campo” o tempo que a modernidade se faz, não mais como a sucessão do tempo – tempo linear: o modernismo que remete a modernidade ligada ao estilo individual, “privado”, singular, cede espaço a outro modernismo com a morte do sujeito - não há mais “novos modelos sem novos mundos”.
A ordem da pósmodernidade é a não ficção da representatividade é a mobilidade. Num mundo cuja característica principal é estar em constante movimento é impossível frear o movimento. Vive-se um dia de cada vez, e a vida diária deve ser retratada como uma sucessão de acontecimentos menores.
Nada mais oportuno que esta máquina – mais que simples ferramenta esteja a serviço das mulheres e dos homens. Aliados, no trabalho, no lazer, no planejamento de situações diversas e adversas.
A Arte na atualidade passa por mudanças desde o começo do século XX e fazem com que as antigas visões e recursos da arte não se sustentem e, na cultura ocidental, há um verdadeiro corte com a tradição, que se manifesta pela exaltação do novo, do instante, do prazer. A nova consciência do tempo e do espaço, os mitos das inovações técnicas, o trabalho realizado mediante o valor de troca, tudo coloca em jogo a arte como obra única e duradoura.