Educação & Gênero:Desafios ao Educador (Parte II)

O uso de “gênero” põe a ênfase sobre todo um sistema de relações que pode incluir o sexo, mas ele não é diretamente determinado pelo sexo, nem determina diretamente a sexualidade. São empregados pelas (os) historiadoras(es), na maioria dos casos, para delimitar um novo terreno.
Em outras palavras, este uso do gênero não se refere nada mais do que aos domínios – tanto estruturais quanto ideológicos – que implicam as relações entre os sexos.
Neste aspecto, assistimos a um grande avanço para mudanças no tocante às relações de gênero e suas implicações nas escolas mais especificamente nas Escolas da Rede Municipal de Ensino de Pernambuco.Investigando,pesquisando e promovendo; Seminário Internacional, com o tema: “Por uma educação não-sexista”, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco(FAGES – Departamento de Pös-Graduaçäo em Antropologia), Universidade Federal da Paraíba, Centro da Mulher 8 de Março e Conselho Britânico, convoca gestores, a sensibilizar o Conselho Escolar de suas respectivas escolas, a incluir, no Projeto Político Pedagógico, as seguintes ações educativas:
Educação sexual e de relacionamentos para alunas e alunos, com professores capacitados, melhora a qualidade de vida das envolvidas/envolvidos;
O estudo da sexualidade deve começar cedo;
Desenvolver habilidades de negociação com crianças e adolescentes;
Oportunizar atividades multidisciplinares;
Ampliar campo de visão para estas atividades;
Desenvolver habilidade de ser protagonista identificando objetivos coerentes com as necessidades (mudança cultural com envolvimento da família);
Diferenciar relacionamentos que säo negociados, daqueles que envolvem o poder (o psicodrama estimula esta prática);
Criar mecanismos para a avaliação formativa durante o processo e registrar de algum modo, o momento que antecede as atividades propriamente ditas, favorecendo a análise da evolução do processo.
Ainda podemos refletir a prática pedagógica que oportunize: “Prevenir a violência na escola e fora dela; Lutar contra os preconceitos e as discriminações sexuais, étnicas e sociais; Participar da criação de regras de vida comum referente à disciplina na escola, “às sanções e à apreciação da conduta”; Analisar a relação pedagógica, a autoridade e a comunicação em aula; Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça” . Philippe Perrenoud (2000, p.143).
No que se refere ao papel da educadora e do educador, diante destas perspectivas será relevante se investir em estratégias de trabalho que amplie horizontes nesta ärea, como:
Sensibilizar educadoras e educadores para a educação não-sexista com experiências exitosas;
Produzir material diagnóstico sobre as relações de gênero no cotidiano escolar;
Publicar reflexões e experiências obtidas dos ciclos de formação, para distribuir nas escolas;
Promover a troca de experiências didáticas criativas, prazerosas e dinâmicas usando a linguagem psicodramática (a articulação do psicodrama com a educação estimula a espontaneidade).
Estes, por sua vez, devem abordar as relações de gênero no trinômio: famïlia-escola-comunidade; Relações de gênero nos parâmetros de julgamento na sala de aula e no processo de avaliação; Direitos sexuais e reprodutivos e Violência Doméstica no currïculo como tema transversal e ainda: o empoderamento das meninas - tema implícito por oportunizar mudanças nas relações de poder que oprimem e estimulam resistência às mudanças.