Proposta para uma educação paradigmática:mediação!

Desde a construção dos primeiros computadores, na metade deste século - as ferramentas das quais possibilita as pessoas o uso racional do tempo e do espaço – para atender a clientela em constante evolução, novas relações entre conhecimento e trabalho começaram a ser delineadas. Os recursos dos quais disponibiliza e a valorização do tempo,a que proporciona como resultado exige um reequacionamento do papel da educação no mundo contemporaneo, colocando a escola num horizonte amplo e diversificado(pluridisciplinar),mudando a concepção e a construção de projetos educacionais.
Passando por um momento de transição de paradigmas, a atitude predominante àqueles inseridos no Sistema Educacional Brasileiro é de se permitir diálogos com a diversidade. Marilena Shauí apud Azevedo(2000), propõe o diálogo: “no palco da vida e da escola”; a filósofa em sua obra - Convite à Filosofia(1994)chama de estranhamento a este tempo e o define como uma “abertura para lidar com a novidade, o desconhecido, o inesperado, o descontínuo do objeto que queremos conhecer, elaborando sobre os mesmo, uns olhares mais críticos e criativos, diferentes do habitual”.E continua ressaltando o drama da sociedade brasileira:
(...) “Nossa sociedade também é autoritária porque é violenta;nela vigoram racismo, machismo, discriminação religiosa e de classe social, desigualdades econômicas das maiores no mundo, exclusões culturais e políticas (1994)”.
Neste cenário, não bastam a capacitações tradicionais (multiespecialidade); deve-se ter em vista a formação de estudantes no que se refere a sua capacitação para a aquisição e o desenvolvimento de novas competências, em função de novos saberes (trandisciplinares) que se produzem e demanda, um novo tipo de profissional, preparado para poder lidar com novas tecnologias e linguagens capazes de responder a novos ritmos e processos.É preciso aprender a aprender.“Disponibilizar computadores para as escolas, com a condição de que se tenha educadores e educadoras com habilidades e competências para utilizar as novas ferramentas, no dizer de Alfredo Bosi, apud Barbieri e outros (1999)”:
(...) constato o primado das coisas sobre as pessoas.Computadores aos milhares sem professores preparados e estimulados são sucata virtual.Livros didáticos sem mestres que os leiam e os interpretem com garra e entusiasmo são pilhas de papéis destinados ao lixo do esquecimento.Quanto às avaliações severas prometidas (tremam os relapsos afundados nos seus pingues proventos!),supõem um longo tempo de experiência em condições humanas de trabalho.As pessoas, quando respeitadas em seu ofício, produzem sentido e valor.Com ou sem as coisas. Mas as coisas sem as pessoas são letra morta.Preferir coisas a pessoas não é realismo;É apenas conformismo“.
A tecnologia da informação mudou a sociedade.Pesquisadores detem especial atenção, investigando como interage homem-máquina, como se desenvolve a alfabetização visual – pré-requisito para que o diálogo ocorra, especialmente a mediação, porque uma proposta de educação paradigmática estabelece parâmetros que fortalecem a estrutura pelo desenvolvimento de habilidades e competências – além de apontar a inclusão digital e a educação para o trabalho; pela articulação e intervenção da educadora e do educador na construção do sujeito epistêmico, histórico, social e afetivo.
Paradigmaticamente, tendo como parâmetro a noção de política deliberativa, de uma sociedade orientada para garantir a democracia do espaço público - deve cumprir sua função social, defende Habermas(1995).”Isto será possível através de percursos visuais gerativos de sentidos, instância intermediária“conclui o autor.
Atualmente, um movimento filosófico conhecido como desconstrutivismo ou pós-modernismo, vem ganhando preponderância. Seu alvo principal é a crítica de todos os conceitos e valores que, até hoje, sustentaram a Filosofia e o pensamento dito ocidental:razão, saber, sujeito, objeto, História, espaço, tempo, liberdade, necessidade, acaso, natureza, homem, etc.
Tentamos compreender a pós-modernidade: as transformações sociais, culturais, políticas e econômicas, neste movimento múltiplo, relacional, cotidiano, que evolui num processo paulatino a cada momento num renovar constante as práticas do viver em sociedade - é uma prioridade para profissionais das mais diversas áreas em especial da educação, avaliar a sociedade a partir da sua reação perante o mundo pós-moderno numa prática do se fazer cotidiano.